Fala, pessoal!
Hoje vou falar de um assunto sobre o qual frequentemente sou procurado para opinar: Holdem Manager e HUDs em geral.
O Holdem Manager 2 é uma ferramenta muito poderosa para estudar o jogo e ter informações dos adversários. Aqui no FLOW, a gente incentiva os jogadores a usá-lo, ou mesmo usar outro software, para armazenar mãos para o estudo.
Mas o que venho falar hoje é exatamente das armadilhas que um HUD pode criar para os jogadores que o utilizam, principalmente em torneios e sites.
Em torneios, diferentemente de Cash, os jogadores jogam com stacks variáveis, há várias fases distintas e os próprios torneios têm características diferentes. Isso tudo faz com que um jogador mude sua estratégia inclusive durante um mesmo torneio, e olhar suas estatísticas pode mais atrapalhar do que ajudar.
Por exemplo, um jogador pode iniciar um torneio bem tight e, depois, perto da bolha e com muitas fichas, começar a apertar os outros jogadores. Se alguém que só se baseia nas estatísticas olhar para o que o HUD mostra, verá um jogador tight ou não muito loose, mas essa não é a estratégia que ele está adotando naquele momento.
Uma baixa amostragem de mãos também pode gerar erros na hora de interpretar as estatísticas. Um oponente pode ter 100% de continuation bet, por exemplo, e induzir um float, mas este 100% pode ter sido apenas em 2 ou 3 mãos nas quais ele teve chances de aplicar a cbet. Mais uma vez, esse tipo de erro é muito mais comum em torneios, pois normalmente há menos pós-flop que no Cash e temos um histórico bem menor dos jogadores.
O HUD pode ser uma ferramenta valiosa, principalmente para quem está jogando muitas telas ao mesmo tempo. Utilizem o software, mas fiquem atentos às possíveis armadilhas. Procurem não olhar somente as estatísticas, mas, principalmente, o momento do jogo.
Por Ivan Santana – membro da equipe FLOW