A individualidade do poker sempre me motivou, pois facilmente leva ao entendimento de que, se as coisas estão indo mal, só há um responsável. No entanto, um dos momentos mais impactantes da minha carreira foi quando, junto de um time de jogadores, representei meu estado, Santa Catarina, no Campeonato Brasileiro de Poker por Equipes em São Paulo. Foi uma sensação única, torcer, vibrar e me preocupar com os resultados da equipe. Eu me senti muito motivado sem necessariamente haver ali qualquer prêmio além do troféu e o reconhecimento.

A experiência de estar um time com o qual você se envolve é algo muito gratificante, e sinto que falta isso no dia a dia do profissional de poker, pois a lógica coletiva é pouco comum no nosso meio. Agora, a Global Poker League está criando times com os jogadores mais famosos do mundo e inserindo um pouco esse esquema de grupos e competição. Aqui no FLOW estamos fazendo algo parecido, porém mais próximo da realidade dos profissionais do Brasil. Criamos uma Liga dentro do time, que já teve duas temporadas com premiações diferentes e transmissões ao vivo de partidas entre os times.

O engajamento que vimos entre os players depois da primeira temporada nos motivou a investir com mais afinco e renovar alguns fatores para a segunda. Assim, procuramos criar um elemento de coletividade em um esporte tão individual como o poker. Ter companheiros para dividir as dores e glórias, discutir mãos e torcer junto é muito importante em um esporte no qual nossos dias costumam ser tão duros e sozinhos.

Apesar de a divisão em pequenos grupos estimular também a competitividade, acreditamos que o espírito de equipe e o auxílio mútuo prevaleceu nas duas temporadas da Liga. A competição que se criou foi saudável e ajudou a estimular os jogadores a se dedicarem e a darem seu melhor, a torcerem uns pelos outros e a se ajudarem nos estudos.

Além disso, o reconhecimento do grupo aos campeões de cada semana e aos vencedores das etapas times e individual é um estímulo e uma forma de recompensa para os profissionais que, mesmo com bom desempenho e dedicação, muitas vezes não são reconhecidos pelo seu trabalho.

Entre todos os times e Ligas, cada um tem seus objetivos e torcidas, mas o meu time, é claro, sempre será o FLOW. 😉

Por Fellipe Nunes
Membro da equipe FLOW