Fala pessoal!
Eu, como um jogador profissional de Cash Game, tive que adaptar muitas coisas do meu jogo para ser bem sucedido em torneios. E uma das principais diferenças entre Cash e torneio é que, no Cash, quando você perde é possível recarregar, enquanto que em torneios perdendo todas as fichas você não tem como continuar no jogo (com exceção de torneios de rebuy e reentradas). Isso faz com que no Cash você possa ir “all in” em qualquer situação que tenha uma expectativa positiva em fichas, mesmo que pouca, e em torneios muitas vezes você deve largar situações pouco positivas para se manter vivo.

Entender o valor da tournament life é importantíssimo para ser bem sucedido. Há jogadores que simplesmente não ligam e atolam em jogadas muito marginais, enquanto outros superestimam o valor da vida no torneio, desistem muito quando os oponentes colocam em “all in” e não pagam com draws mesmo com odds boas. Para decidir o quão valiosa é sua vida no torneio, duas questões são fundamentais: a primeira é o nível dos oponentes, e a segunda, o ICM.

Se o nível dos oponentes for muito fraco, não vamos querer ir “all in” em jogadas marginais, já que é possível aplicar uma vantagem sobre eles nas mãos seguintes. Caso o nível da mesa seja alto, não devemos desperdiçar as situações de equidade positiva, mesmo que sejam marginais.

O ICM influencia principalmente em situações em que a premiação muda muito conforme as posições aumentam, como na bolha ou na mesa final. Nesses casos, devemos jogar mais cautelosamente, já que manter-se vivo no torneio pode garantir um prêmio muito melhor.

Analisar bem esses fatores para decidir o que fazer em situações como essas é fundamental para permanecer mais tempo em jogo e melhorar a lucratividade nos torneios.

Por Ivan Santana – membro da Equipe FLOW