Tassio Mendes da Costa, o grande “iveydoagrest“, é o jogador mais antigo ainda no FLOW. Entrou no time em janeiro de 2015, como player amador, e em pouco mais de 4 anos e meio, acumula mais de 100 mil dólares de lucro, é instrutor de grande parte do time e querido por uma parte maior ainda. Tornou-se um poker player de inspirar carreiras e, de quebra, ostenta o título de Player Mais Querido do FLOW. 😛
Desde que entrou no time, seu gráfico é uma escalada robusta e constante. Entre seus grandes resultados, estão FT de Main Event no BSOP Winter Millions 2019 – que lhe garantiu mais de 160 mil reais -, cravada do freezout no KSOP Special 2019, FT de SCOOP, WCOOP, Powerfest, Big $55, Big $22, Hotter $11, Phase 2, Bigger $5.50, Bigger $44 e a lista vai longe.
Na entrevista, Tassio fala sobre seus dois grandes resultados em torneios live nesse ano – BSOP Winter Millions e KSOP Special – e sobre a carreira de poker player profissional. Vem ver aqui!
Tassio: Quando fui chamado para a FT, estava muito feliz e, ao mesmo tempo, tentando me manter focado. Quando caí foi tranquilo, mesmo querendo muito chegar mais longe eu estava bem feliz com meu desempenho!
T: Os vídeos da minha filha, que chegavam sempre 1 hora antes de começarem as mesas do Evento, e o Marcelo Muller [coach mental do FLOW], que sempre estava me motivando, planejando o dia e fazendo alguns trabalhos mentais para que eu não sentisse muita pressão e pudesse desempenhar o meu melhor.
T: Fui me preparando conforme passava o evento, principalmente quando terminou o dia 1 e eu tinha passado gigante. Nesses eventos, procuro descansar o máximo possível e não beber álcool.
T: Foram dois flips, um foi AK x 99 do piv [adversário na mesa], o pote era enorme e tinha uns 30 e poucos jogadores ainda. O outro foi KQo contra JJ, da day [adversária na mesa], esse eram 15 players restantes, pote de 40bbs!
T: Para 2020 ainda não sei, mas jogar em Vegas com certeza é um deles, vai depender de como terminar 2019. Até o final do ano, quero seguir focado em pequenos fields, com garantido baixo e buscar bastante consistência. Também pretendo seguir dando muita aula que é uma das coisas que mais gosto de fazer. E jogar o Millions no final do ano!
T: Já foi top demais, quando eu só jogava. Agora se baseia principalmente em alguns minutos de concentração pré-grind, trabalhando a mente para entrar com o máximo de foco na sessão. Hoje em dia, começo o grind pelas 16h/18h e fico até aguentar, geralmente até umas 2:00.
No momento, estou focado em buscar consistência e vencer mês a mês, então procuro selecionar bem meus torneios e o field deles. Basicamente, jogo mtts de até 200 players em sites paralelos e pego um ou outro torneio com grandes fields.
T: Eu vou de acordo com minha necessidade mesmo, de acordo com o que acho que preciso melhorar. Sempre gostei muito de estudar, então nunca tive problema com isso, se tiver chat de estudo no FLOW rolando à 1h da manhã, eu engato.
Atualmente, temos 2 grupos de estudos semanais e os temas para estudo são escolhidos pelos players, aí nosso coach traz o material. Acho que o poker é um jogo muito complexo, não tem como estudar tudo, então temos que ver onde precisamos melhorar e ir estudando aos poucos, sem pressa.
O ideal é sempre estudar muito pré-flop, principalmente pelo ICMizer. Nesse momento do jogo tem muito spot para estudar e as decisões podem valer muita grana.
T: Eu acho que o poker por si só e a dinâmica de torneios já são motivantes, né? Além disso, me espelho em outros poker players que considero muito bons. Tem alguns vídeos motivacionais que eu gosto de assistir pré-grind, principalmente o “espírito do guerreiro” do Caio Pessagno. Esse acho que vi mais de 40 vezes já, geralmente domingo.
T: Primeiramente, muito planejamento, de grade, de investimento diário. Muita dedicação também, se o player tá começando a grindar barato precisa volumar muito. E comprometimento, ter calma, paciência. No poker, as coisas às vezes demoram para acontecer e às vezes acontecem muito rápido. E bastante consistência, fazer aquilo todo dia, estudar todo dia.
T: “Voluma um pouquinho menos”, hahahaha. A gente começa com muito gás. Quando eu comecei, volumava entre 16 e 24 telas, em um notebook sem monitor. Acho que foi um erro da minha parte, mas a gente começa muito no gás para imprimir volume de trabalho, jogar. E diria também “segue, segue que tem tudo para ser muito bom.”
T: Eu acho que QI é importante, mas não é o principal. Ter controle mental e um bom planejamento financeiro são muito importantes também. Às vezes o player tem jogo para um determinado limite, mas por planejamento financeiro não pode jogar aquele buy-in, e ele precisa ter essa noção. Acredito que o correto é acompanhar a evolução técnica e teórica do jogo com um planejamento financeiro para dar aqueles pulos no buy-in médio.
Acho que é isso, QI, muita dedicação para acompanhar sempre a teoria do jogo e suas mudanças e planejamento financeiro.
T: Jogar com a cabeça nos problemas. Grindar com qualquer coisa pendente ou cansado.
T: Eu gosto de poker, então para mim é prazeroso viver disso. Fora isso, tem muitos pontos negativos e positivos. Tem que se dedicar muito, trabalhar 10, 12 horas por dia e você pode fazer tudo isso sem ter resultados durante um período. Eu sou apaixonado pelo jogo, para mim o poker é fascinante. Então poder jogar como trabalho, para mim, já é suficiente.
T: Para mim, com certeza o maior desafio é a variância financeira. Tem também os desafios diários de estudar, jogar, etc. Se for estudar e jogar no mesmo dia, leva 12, 13 horas. Com certeza é um trabalho bem massante em número de horas. Mas, para mim, os maiores desafios são saber lidar com a parte mental e financeira do jogo.
T: Foram as downswings. Elas vêm para te desafiar, testam o que tu tens de melhor e o que tu tens de pior. Você trabalha muito, estuda, e as coisas não dão certo, aí você fica se perguntando por que não dá certo. Agora eu estou numa das minhas maiores downswings online, tá sendo um desafio bem grande. Então, se você não é muito maduro no jogo, as downswings podem te desequilibrar, te botar para baixo mesmo.
T: A minha evolução pessoal. Para mim, não tem conquista maior que essa. Não tem como se dar bem no jogo sem se dedicar muito, tem que ser realmente um profissional muito dedicado, de alto nível, para conseguir viver de poker. Essa foi a minha maior conquista.
Tirando isso, no poker a gente tem muitas conquistas e muitas derrotas, né? Eu jogo há pouco tempo, sou profissional há 4 anos e alguma coisinha, sou um bebê ainda no jogo, tenho muito o que evoluir. Mas a mesa final do SCOOP, do Winter Millions, a cravada no KSOP, essas foram algumas conquistas que me marcaram.
T: Eu tenho vários. Pensando mais macro, é ter uma carreira longa e bem sucedida no poker, conseguir viver por muitos anos do jogo e poder dar uma boa qualidade de vida para minha família, principalmente não deixar faltar nada. Eu já ficaria muito feliz de alcançar esse objetivo.
Depois, pensando mais dentro da carreira, eu tenho os buy-ins que quero atingir, ganhar SCOOP, ganhar WCOOP, jogar os grandes torneios internacionais e continuar correndo os lives do Brasil.
T: O FLOW tem uma importância muito grande na minha vida, tanto pessoal quanto profissional. Desde o início, quando eu nem lucrativo era, o time sempre me apoiou financeiramente, sou muito grato por isso.
Ter esse apoio é um diferencial muito grande, acho que muitas carreiras não vão para frente porque não têm esse apoio financeiro. O FLOW sempre confiou muito no meu trabalho e a gente foi crescendo junto.
Eu vi o FLOW crescer, cresci junto com o FLOW e eles têm uma importância gigantesca no meu desenvolvimento como jogador e como pessoa. Essa parte de olhar para o ser humano, não só para o jogador, é uma característica do FLOW que me encanta muito, sempre tive apoio incondicional do time. É a minha casa, é onde eu escolhi ficar, e sou muito grato por tudo isso.
Se empolgou e quer ser profissional de poker?
Vem pro FLOW!
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