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Como o poker profissional mudou sua vida? Com Gustavo Beloti, PRO player

17/02/2020 / Equipe Flow
Como o poker profissional mudou sua vida? Com Gustavo Beloti, PRO player

Tornar-se jogador de poker profissional costuma ser uma ruptura. Geralmente, havia outra carreira, outro caminho, outros planos, talvez mais seguros, provavelmente mais comuns.

Todo poker player, em algum momento, decidiu dizer “não” para muito do que tinha por certo até ali para entrar de cabeça em uma carreira ainda pouco comum, cercada de preconceitos, bastante exigente e incerta.

Viver de poker tem suas dores, mas tem também muitas alegrias. Alguns encontraram no poker uma oportunidade quando não havia muitas outras. Outros, têm no poker o encontro entre profissão e paixão. Tantos outros veem o poker como uma espécie de liberdade, do horário fixo, da função enfadonha, de outras carreiras não tão desejadas assim.

Na série “Para além das mesas”, vamos conhecer a história de alguns players do FLOW com o joguinho e ver como se tornar jogador de poker profissional mudou a vida de cada um.

Para além das mesas: como o poker profissional mudou sua vida? Com “frangustavo”, PRO player

Quem nos conta sua história dessa vez é Gustavo “frangustavo” Beloti. Gustavo, como irmão mais velho, foi escolhido pela família para conversar com o caçula. O mais novo estava jogando poker na internet e queria fazer disso carreira.

Em uma importante vitória pela legitimidade dos caçulas, parece que o jogo virou! Gustavo ouviu o irmão, pesquisou e descobriu que poker era um jogo de habilidade.

Formado em biologia e malabarista, deixou de lado a ideia de um emprego formal, as várias apresentações de malabares e, depois de um tempo de grind e alguns bons resultados, decidiu ser jogador de poker profissional.

Hoje, player e instrutor das grades micro no FLOW, frangustavo tem um gráfico que é uma subida das grandes e um excelente futuro no joguinho! 🚀

Vem ver como ele foi de irmão mais velho com receio do poker a PRO player e o que o jogo representa na sua vida! Desce aqui 

1. Como o poker surgiu na sua vida?

R: Meu irmão mais novo começou a jogar por volta de 2014, inclusive fez parte do FLOW entre 2014 ou 2015. Minha família, como na maioria dos casos, demonstrou preocupação e me pediu para conversar com ele.

No final de 2015, ele me apresentou o jogo, lembro de ter feito aqueles comentários clássicos: “tem que tomar cuidado com isso”, “você não tem garantia nenhuma de retorno”, etc.

Até que, no início de 2016, pesquisando um pouco mais, percebi que se tratava de uma competição na qual a habilidade é o fator determinante entre os que mais vencem.

Nesse momento, criei uma conta no PokerStars e depositei 10 dólares. Prometi que, se quebrasse, pararia de jogar e não depositaria mais. Três anos e meio se passaram e eu ainda não parei.

2. Você tinha outra profissão antes do poker? Se sim, qual?

R: Cursei Ciências Biológicas, mas nunca cheguei a exercer. Em paralelo com a faculdade, trabalhei informalmente como malabarista. Fazia apresentações de rua, apresentações em festas e desenvolvimento de oficinas.

Foi uma época extremamente rica, conheci e convivi com pessoas incríveis. Acredito que o malabarismo me introduziu ao universo do desafio constante.

Nos encontros entre malabaristas, é possível ver o quanto eles treinam e estão sempre tentando se superar, colocar uma dificuldade a mais, empurrar os limites um pouco mais para cima. Ali foi quando essa mentalidade começou a fazer sentido para mim.

3. Quando você decidiu se tornar um jogador de poker profissional? Por quê?

R: Em 2017, estava no último ano da faculdade e já jogava poker há mais ou menos um ano. Os 10 dólares que depositei na abertura da conta já haviam se transformado em $100.

Estava no fim da faculdade e a ideia de trabalhar na minha área não me motivava. Quando me formei, já havia encerrado meu primeiro contrato com o FLOW, então não foi muito difícil tomar a decisão de continuar nesse caminho.

4. O que mais te atraiu para escolher essa carreira?

R:  A possibilidade de trabalhar em casa, fazer algo que era divertido para mim e ainda me incitava a ser competitivo me fizeram olhar o poker como algo que eu não me importaria em passar longas horas estudando, jogando, aprendendo, pensando e falando sobre.

5. Quando você decidiu entrar no FLOW? Por quê?

R:  Em agosto de 2017, vi que o FLOW estava com processo seletivo aberto e decidi que era o momento de ter essa experiência.

Algum tempo antes, havia feito alguns ITM’s em dois torneios de $11 do WCOOP, que tinha entrado por satélites. Lembro que fiquei muito triste quando o FLOW me informou que, para começar o contrato, precisava zerar meu caixa, hahahaha.

Então, peguei meu BR e comprei o Hold’em Manager 2, o Flopzilla e torrei as migalhas que sobraram no Spin & Go.

No final de agosto de 2017, comecei meu contrato de 3 meses com o FLOW, no nível C3, jogando torneios de $0,55 e $1,10. Consegui encerrar o contrato com cerca de $1.200 positivo e finalmente fazer um saque para o qual olhei e pude dizer, ‘eu consigo fazer isso.’

6. O que você leva do poker para as outras esferas da vida?

R: O poker me trouxe inúmeras lições, e acredito que ainda trará mais, vou citar algumas. Primeiro, o exercício de acreditar em si mesmo todos os dias. Em um ambiente no qual a maior certeza é a de que você vai perder, é impossível jogar sem conseguir acreditar que você tem capacidade para vencer.

Outra lição foi aprender a dar mais valor ao processo do que aos resultados. É muito mais prazeroso quando se joga pensando em cada tomada de decisão, ao invés de jogar olhando apenas a premiação do torneio.

Também aprendi a ser mais resiliente, no poker não existe justiça a curto prazo. Não importa quão bem você jogue, sempre existe a possibilidade de cair de um torneio em uma situação na qual você era imensamente favorito.

No começo, isso é desconfortável e começamos a procurar culpados para justificar aquilo. Com o tempo, aprendi a entender que a única coisa que preciso fazer é voltar no outro dia e continuar fazendo o meu melhor.

Isso me ensinou também a, fora das mesas, prestar mais atenção em fatores que eu posso controlar e entender que, mesmo controlando esses fatores, algo aleatório pode acontecer e mudar totalmente o cenário.

7. O que você mais gosta em ser jogador de poker profissional?

R: Várias coisas! A competitividade, o desafio diário, o contato com pessoas que se dedicam à mesma atividade que eu, trabalhar com algo que considero prazeroso.

Também gosto de viajar e ainda poder encontrar, ao vivo, muitas dessas pessoas fazem parte da nossa rotina diária online.

É muito bom também poder escolher o horário em que vou trabalhar, poder tirar alguns dias de folga para visitar pessoas queridas e isso não me causar um problema no trabalho.

8. E o que menos gosta em ser poker player?

R: Ser poker player tem algumas implicações que podem ser complicadas de lidar.

Acho que as que mais me afetam são as longas horas solitárias na frente do computador, o estresse de ter uma semana ruim e não conseguir descobrir onde você errou e o preconceito das pessoas.

9. Qual foi o maior aprendizado que o poker te proporcionou até hoje?

R: O poker me ensinou que, tanto as minhas conquistas, quanto as minhas derrotas são de responsabilidade unicamente minha. Passei a ver as situações do dia a dia com um olhar de protagonista ao invés de assumir que sou um passageiro do acaso.

Tem uma frase que está no Skype do meu instrutor e ídolo Guilherme Biazutti: “cabe ao homem construir e pavimentar sua trajetória, assumindo a responsabilidade por todos os seus equívocos.” Acho esse um ótimo resumo para o aprendizado que o poker proporciona.

10. O que o poker representou na sua vida, no início da profissionalização? E o que ele representa hoje?

R: No início, o poker foi minha forma de rompimento com um modelo de vida no qual me via infeliz. Nunca me vi trabalhando em um emprego formal, cumprindo horários fixos, de calça jeans, meio-dia, num calor de 35°C.

Hoje, trabalho 100% com o poker, de terças a sábados. Ele me cobra 12 horas de dedicação diária, somando estudo e jogo, sem que isso seja maçante ou me cause preguiça.

Amo jogar poker, aprender sobre poker, conhecer e discutir com jogadores que aprendi a admirar no decorrer do processo. Sou muito grato pelo que faço e espero continuar por muito tempo!

Quer saber como outros players começaram com o poker profissional? Conheça aqui  a história do Bruno Azuma, PRO player no FLOW! 

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